Sofia Branco Sousa
  • Home
  • Consulta individual
  • Consulta de casal/relação
  • CV
  • Contactos
  • Pedido de contacto
  • Blog

Foco sensorial

2/27/2023

 
Picture
O foco sensorial é uma técnica muito utilizada em terapia sexual quando a queixa ou o problema se relaciona com a ansiedade provocada pelo desempenho sexual. Baseia-se no trabalho de Masters & Johnson.

As queixas mais comuns são as dificuldades relacionadas com o desejo ou com problemas de erecção. 

O foco sensorial é uma técnica comportamentalista (visa mudar o comportamento, portanto) que assenta no princípio da aproximação progressiva ao que é mais temido. E o que é mais temido (e o que causa ansiedade) é usualmente a penetração vaginal pelo pénis (falando em relações heterossexuais). Ora, dado isto, também é essencial acompanhar a técnica do foco sensorial com a desconstrução da centralização da penetração vaginal pelo pénis. 
​
Se, por um lado, o foco sensorial permite aos casais que o desejam ter penetração vaginal pelo pénis, por outro corre-se o risco de reforçar a crença de que "a penetração é o objetivo" desvalorizando-se todo o repertório genital e não genital que não implique penetração. 

O foco sensorial realiza-se usualmente em casal, sendo estruturado em consulta e em casa. Nas consultas discute-se as indicações dos exercícios e como vão sendo experienciados, em casa faz-se os exercícios propriamente ditos. 

É composto por quatro fases:
1. É proposto aos casais as trocas de carícias não genitais (os genitais são uma "área proibida", se quiserem) que têm como objetivo o conforto, o prazer, a intimidade. Trata-se de fazer o que faz o/a outro/ sentir bem e o que me faz sentir bem.
2. Em seguida, é dada "autorização" aos casais, se assim o desejarem, para continuar a fase 1 envolvendo as carícias genitais, sendo "proibida" a penetração.
3. Esta é a fase em que o coito poderá acontecer, constituindo-se como uma extensão das duas primeiras fases continuando-se o trabalho de exploração do prazer e do erotismo.
4. Finalmente, é "permitido" aos casais que possam ter orgasmos com o coito. Novamente, contextualizando-se a exploração do corpo e das sensações.

Há muitas variações do trabalho do foco sensorial.
Tantas quantas os/as terapeutas e os casais. 

Diria, também, que o mais importante nesta técnica é conseguir perceber como podemos diminuir a ansiedade do desempenho (que, na maior parte das vezes, continua ainda a constituir-se em torno da penetração vaginal pelo pénis) e como essa diminuição permite experienciar o corpo de um modo mais completo e mais erótico. Indo além da penetração.

Com foco no processo, no toque, nas sensações e no corpo.

Mais do que permitir a penetração, o foco sensorial pode ser usado para diminuir a ansiedade em relação à sexualidade e permitir uma vida sexual mais rica. 

LGBTQIA+

2/9/2023

 
Lésbica - mulher que sente atração por mulheres
Gay - homem que sente atração por homens
Bissexual - pessoa que sente atração por homes e mulheres. Também se pode falar de Pansexual quando a atração é por todos os géneros (independentemente de serem identificados como homens ou mulheres)
Trans (transexual ou transgénero) - aqui já entramos no domínio da identidade de género e não da orientação sexual. O conceito trans contrasta com o conceito cis. Uma pessoa trans é uma pessoa cuja identidade de género não coincide com o sexo que lhe foi atribuído à nascença.
Queer - a identidade queer pretende ir além do binarismo homem/mulher, homo/hetero,... É a identidade mais fluida por excelência. A teoria queer postula a construção social (e não biológica) das identidades
Intersexo - falamos da sexualidade biológica (cromossomas, caracteres sexuais) que não se encaixa no binarismo homem/mulher
Assexual - pessoas que não sentem atração por outras pessoas, independentemente do género (também pode significar aliado/a, havendo alguma controvérsia em relação ao que pode representar este "A")
+ diversidade de todas as identidades de género e orientações sexuais que possam existir


Um conjunto de siglas para representar uma comunidade e um movimento social, político e cívico que defende a inclusão da diferença em relação à identidade de género e à orientação sexual. 

Violência Ginecológica

2/1/2023

 
Enquanto violência de género.
Sobre mulheres.

Não vou falar aqui da violência sexual que usualmente mais se fala, ou seja, da violação.

Queria falar de algo bem mais subtil e que muitas vezes é recebido com alguma dúvida se se poderá constituir como violência (de género) ou não. Para mim parece-me evidente que o é.

O exame ginecológico quando mal feito.

Ginecologistas que aprendem usualmente a parte técnica, a examinar o cérvix, útero e ovários e que muitas vezes se esquecem que, para isso, têm que penetrar o canal vaginal, quer seja com sondas, espéculos ou dedos.
E fazem-no sem dizer que o vão fazer. Fazem-no sem garantir à mulher que interrompem o exame a qualquer momento se esta pedir. 
Assisti a um webinar recentemente onde se abordava precisamente este tema e fiquei perplexa ao constatar o que uma investigadora dizia: a primeira coisa que usualmente o/a ginecologista faz após a mulher se deitar e colocar as pernas naqueles apoios é encostar (no melhor dos cenários, para não dizer introduzir) o espéculo ao canal vaginal.

Sem perguntar, sem informar o que vai fazer. 
Tenho que fazer a ressalva que há excelentes profissionais para os quais tudo estou a dizer não se aplica.
E obrigada por existirem. 
Mas as queixas sobre o exame ginecológico não podem ser ignoradas. E algo de muito errado se passa em muitos exames ginecológicos para haver tantas queixas e insatisfação por parte das mulheres. Desde a desvalorização das queixas (a dor, por exemplo) até, como já referi, à falta de consentimento para serem examinadas. 
Fala-se alguma coisa (embora ainda muito residualmente) de violência obstétrica. No momento do parto, portanto.

Mas o exame ginecológico parece ser ainda muito pouco abordado.

A literatura que conheço que vai nesse sentido, parece denunciar uma atitude muito paternalista de ginecologistas perante a expressão de desconforto da mulher durante o exame ginecológico respondendo com um muito simples "relaxe", "tem que relaxar". 
Algumas são as indicações que parecem fazer aumentar o conforto e a satisfação das mulheres aquando do exame ginecológicas. E são todas muito simples de implementar por ginecologistas:
- informar sobre o procedimento
- esclarecer que basta a mulher pedir para parar que interrompem o exame
- ouvir e valorizar as queixas das mulheres
- oferecer a possibilidade de ter companhia durante o exame
- oferecer um lençol para a mulher se tapar durante o exame
De não esquecer que muitas mulheres aguentam o desconforto em silêncio, não falam com o/a seu/sua médico/a ginecologista. Por achar que não vão ser ouvidas, pelo desequilíbrio de poder (afinal o/a ginecologista é que sabe, é ele/ela que é o/a especialista) ou simplesmente por acharem que o exame é mesmo assim, doloroso e desconfortável. A verdade é que não é suposto doer. Pode-se sentir alguma pressão, mas não dor.
Falem com o/a vosso/a ginecologista. Falem com outras mulheres. Falem! E exijam ser tratadas com respeito e dignidade... Para que todas possamos ser tratadas com respeito e dignidade.
Podem ver o e ouvir uma breve apresentação sobre o tema por Mijal Luria aqui. Todas as apresentações do webinar são muito interessantes, mas se quiserem apenas ouvir e ver a Mijal é entre os 44:30 e os 55:30

    Sofia B. Sousa

    Psicóloga Clínica
    ​ Investigadora
    Especialização em Terapia de Casal e Sexologia Clínica 

    Arquivos

    May 2023
    April 2023
    March 2023
    February 2023
    January 2023
    December 2022

    Este blog tem objetivos educativos e informativos.
    E não deve ser considerado como forma de terapia e acompanhamento psicológico. 

    RSS Feed

Powered by Create your own unique website with customizable templates.
  • Home
  • Consulta individual
  • Consulta de casal/relação
  • CV
  • Contactos
  • Pedido de contacto
  • Blog