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O vaginismo é a impossibilidade de penetração vaginal. Mesmo "só" isso.
Não é dor na penetração, não é ardor na penetração. É mesmo quando a penetração não é possível. De todo. Como se a vagina fosse uma parede e não um canal. É algo muito, muito secreto. Quase ninguém fala sobre isso e muitas vezes a primeira vez que se partilha que não se consegue ter penetração vaginal é num consultório e/ou com o/a parceiro/a. As mulheres com vaginismo são iguais a todas as outras mulheres. Apenas não conseguem ter penetração vaginal. Não se trata de "não querer", mas de "não conseguir". Não se trata de não se interessarem por sexo, mas de não ser possível a penetração vaginal. São usualmente mulheres/casais com uma sexualidade muito satisfatória. Com desejo, excitação e orgasmo. Numa sociedade que ainda vê a penetração como central na sexualidade, estes casais são como que empurrados para a criação de outras formas de se relacionarem sexualmente. E o resultado é quase sempre muito rico. Chegam às consultas com uma sexualidade muito diversificada. Mas há sempre um "mas"... E é esse mesmo "mas" que leva os casais, as mulheres com vaginismo, a procurarem ajuda. Pode ser por desejarem engravidar via penetração vaginal. Ou porque querem acrescentar a penetração vaginal à sua sexualidade. Ou porque há necessidade de fazer um exame pélvico. Ou por outra coisa qualquer. Também há as mulheres/casais que se se afastam quando o vaginismo está presente nas suas vidas. E consegue ser devastador... Um caso típico pode ser aquele no qual, porque há vaginismo, porque há impossibilidade de penetração vaginal, a sexualidade deixa de existir. Usualmente isso acontece quando a sexualidade é lida como sinónimo de penetração vaginal. E se a penetração vaginal é impossível, também a sexualidade se torna impossível. Quando qualquer tentativa de contacto é lido pela mulher como, inevitavelmente, conduzindo à penetração vaginal, esses contactos tendem a ser evitados (evitamos o que vai doer, certo?), levando a evitamento e a sensações de rejeição. E, nestes casos, tem que se dar especial atenção ao casal e à relação. O vaginismo pode aparecer em todas as situações (com um pénis, com um vibrador, no exame ginecológico, com um tampão ou dedo, etc...) ou apenas numa delas. O vaginismo pode existir desde sempre ou aparecer depois de um período onde a penetração vaginal era possível. Sabemos muito pouco sobre a origem do vaginismo, e o que sabemos são mais especulações do que conhecimento científico. Sabemos, no entanto, que se relaciona com o pavimento pélvico, com algumas crenças disfuncionais sobre a sexualidade e com algumas dimensões como a ansiedade e a necessidade de controlo. A boa notícia é que sabemos o suficiente para tratar o vaginismo. O que fazer, então, em caso de vaginismo? Procurar ajuda! O vaginismo é das disfunções sexuais com tratamentos com as mais altas taxas de sucesso (acima de 80%) Procurar especialidades como Ginecologia, Psicologia (Terapia Sexual e/ou Casal) e Fisioterapia do pavimento pélvico E não forçar a penetração e viver a sexualidade de forma curiosa e diversificada. É possível! Acreditem! Falar-se de ejaculação prematura é falar-se de um padrão no qual a ejaculação ocorre antes do desejado pela própria pessoa, causando mal-estar.
Os critérios de diagnóstico aplicam-se apenas a atividade sexuais vaginais e a marca de 1 minuto é usualmente definidora do que pode ser considerado ejaculação prematura. Quando a ejaculação ocorre passado 1 minuto da penetração vaginal já não "cabe" no diagnóstico. Dito isto, não é por não ter diagnóstico que não deixa de ser um problema se assim for sentido pela pessoa. E sendo um problema, tem solução e há muito a fazer... É, dentro das disfunções sexuais masculina, a mais comum. E, como todas as disfunções sexuais, sofre com os tabus e a vergonha associados. Muitas vezes se associa as experiências sexuais iniciais com o aparecimento da ejaculação prematura. O exemplo do jovem que aprende a ejacular muito rapidamente para diminuir as probabilidades de ser "apanhado". Pais, por favor, batam à porta do quartos dos vossos filhos antes de entrar, por favor! E esperam que estes vos respondam! Ou o exemplo do jovem que inicia a sua vida sexual e que o/a parceiro/a se mostra decepcionado com a "rapidez" da ejaculação (note-se que o tempo médio que decorre entre a penetração e ejaculação é de 5 a 6 minutos, muito diferente do que vemos na pornografia e dos mitos associados, mas isso já era outro post...). A ejaculação prematura tem tratamento. Muitas vezes se vê a prescrição de exercícios para fortalecer o pavimento pélvico como primeira indicação. Mas é necessária uma avaliação por parte da fisioterapia para ver se é mesmo assim. Há técnicas e exercícios que podem ajudar. Como as técnicas de compressão e de start-stop. A psicoterapia cognitivo-comportamental ajuda muito, trabalhando mitos e crenças. E trabalhando a ansiedade... Principalmente, ajuda consultar alguém que saiba como acompanhar a pessoa que apresenta a dificuldade. Seja um/a urologista, uma/a fisioterapeuta e/ou um/a psicólogo/a... Procurem ajuda! |
Sofia B. SousaPsicóloga Clínica Arquivos
March 2025
Este blog tem objetivos educativos e informativos.
E não deve ser considerado como forma de terapia e acompanhamento psicológico. |
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