Sofia Branco Sousa
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Como parar de ser tão "needy"

4/4/2023

 
Precisar de outras pessoas é normal, expectável e saudável. Quando essa necessidade se torna "demasiado" para a/o próprio e para a/o outro já entramos no domínio da diminuição da saúde e do bem estar.

Há imensas teorizações que nos explicam porque podemos ser "needy". As teorias explicam porque estamos constantemente à procura de aprovação, de validação, de provas e evidências que o/a outro/a está realmente lá para nós e que irá continuar lá para nós não indo a lado nenhum. Muito frequentemente é esta procura, e esta intensidade na procura, que causa mal estar na própria pessoa, na/o outra/a e na relação. Esta necessidade pode ser particularmente disfuncional em relações de intimidade, tanto para o/a próprio/a como para o/a outro/a. Uma espécie de obsessão com a relação que resulta em comportamento compulsivo de procura de atenção...

O que fazer então? Há alguns modos de tentar ser menos "needy" nas relações:
  1. Tornar-se consciente: perceber que há efetivamente um problema, uma procura excessiva de atenção, algo como "estou demasiado focado na outra pessoa", "temos sempre que estar juntos porque de outro modo algo se passa de errado", "se ele gostasse realmente de mim faria isto ou aquilo", etc... A tomada de consciência pode ser poderosa e mover para a ação e para a mudança de comportamento. Em algumas pessoas é esse momento que as traz à consulta. Noutras é esse momento que as leva a procurar alternativas dentro de si para "fazer diferente". Importante é perceber que a tomada de consciência por si só usualmente não é suficiente para ultrapassar o problema. A procura da solução não acontece sem essa tomada de consciência, mas implica a introdução de mais elementos no processo, usualmente associados a um maior auto-conhecimento de si e das relações.
  2. Passar tempo sozinho/a: a criação de espaços para os vários elementos envolvidos numa relação é muito importante e pode funcionar como "antídoto" para alguém "needy". Fazer outras coisas, sozinho/a e/ou com outras pessoas é bom para todos"s. Voluntariado, um hobby, o que seja... Tempo longe das pessoas românticas da nossa vida permitem uma maior diferenciação e potenciam uma intimidade mais saudável.
  3. Gerir a ansiedade e compreender os gatilhos: ou seja, reagir menos, conhecer mais! Se sou ansioso/a, e usualmente se sou "neddy" sou ansioso/a e inseguro/a, e se sinto que isso me está a prejudicar, preciso de perceber melhor a minha ansiedade e quais os gatilhos. Será quando ele/ela está demasiado tempo no telemóvel? Ou quando estou com um ar visivelmente triste e ninguém pergunta nada? Ou então quando saímos com amigos/as e não sou apresentado como gostaria? Se conheço o que me faz sentir ansioso, posso começar a optar por reagir tendo como base essa ansiedade ou não. E isso pode fazer toda a diferença.
  4. Promover auto-estima e confiança: já falamos de ansiedade e de insegurança. Ora usualmente o que econtramos com pessoas "needy" em relações é uma falta de auto-estima e de confiança. O/A outro/a é visto como a fonte para produção dessas mesmas auto-estima e confiança. Normalmente, esta dinâmica não funciona muito bem. Torna-se importante, portanto, fazer um trabalho interno, com o foco em si e não no/a outro/a, para se conhecer melhor e para ter mais confiança em si. De modo a que a necessidade seja respondida por si e pelo mundo de um modo saudável e não deste modo "needy" que provoca mal-estar.
  5. Introduzir pequenas mudanças: que nos façam sentir mais confiantes e menos inseguros, com mais auto-estima e com uma ansiedade regulada. Estas mudanças variam de pessoa para pessoa. Para algumas pessoas passa por perceber que padrões de relacionamento têm desenvolvido e arriscar escolher diferente. Para outras trata-se de explorar de onde vem esta necessidade de procura de atenção extrema numa relação romântica e aprenderem que nem sempre a resposta está nessa mesma relação. O "ser capaz", o "ser suficiente" usualmente resulta em pessoas (e parceiros/as) mais saudáveis e mais capazes.

O "ser needy" surge como medida de proteção. Se pedir e exigir muito, se estiver suficientemente vigilante, vou fazer com que a relação "corra bem" e com que a pessoa que está ao meu lado me ame e, tão importante como isso, me mostra o quanto me ama. Ao "ser needy" estou a tentar procurar pistas que "tudo está bem". O grande problema é que ao "ser needy" estou também a contribuir para que a relação não funcione e para que efetivamente não esteja "tudo bem". Uma das grandes resistências das pessoas que são "needy" em relação é a crença que se não fizerem desse modo, se não exigirem, se não procurarem atenção, se não estiverem vigilantes, não têm a certeza que outra pessoa responda às necessidades delas. A dificuldade é que ao serem "neddy" também não vão ter a certeza disso. E, portanto, há que procurar novas soluções.

Ler pode ajudar! Amig@s podem ajudar! A terapia pode ajudar! 

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    Sofia B. Sousa

    Psicóloga Clínica
    ​ Investigadora
    Especialização em Terapia de Casal e Sexologia Clínica 

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    Este blog tem objetivos educativos e informativos.
    E não deve ser considerado como forma de terapia e acompanhamento psicológico. 

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