Começar por este "não" que me desconcerta...
Dizer não-monogâmico assume uma oposição a algo. Neste caso uma oposição à monogamia. E definir opondo-se não é igual a definir afirmando-se. Esta oposição pode indicar, portanto, que o modo "default" das relações é o monogâmico. E que o monogâmico apresenta-se como "superior" ao que é... não-monogâmico. Dito isto, o termo "relações não-monogâmicas" tem sido, até ao momento o mais usado para definir como termo "guarda-chuva" incluindo vários modos de relações que não assentam na monogamia. Há autores que defendem, até, que não há verdadeiras relações mononogâmicas, ou seja, com 100% de exclusividade emocional e sexual de cada um dos/as parceiros/as. Há imensos tipos de relações que não assentam na monogamia, afirmando-se de outros modos. Esta não pretende ser uma lista exaustiva, mas sim indicativa de algum desses modos de relacionamento. Baseada no trabalho da Meg-John Barker:
Quando falamos destas relações não monogâmicas, falamos de relações consensuais e éticas em que a não monogamia surge como desejada e possibilitada pela própria relação. As relações não monogámicas também se apresentam como não consensuais e não éticas quando surgem no contexto de uma relação presumivelmente monogâmica. O caso mais comum é o da infidelidade na qual o "caso" com uma terceira pessoa exterior ao casal é mantido oculto e em segredo. Deixo aqui referências a que volto sempre para pensar as relações no geral, e as não monogâmicas consensuais e éticas em particular. Para uma "não monogamia" afirmativa: More than two, do Franklin Veaux e da Eve Rickert Polysecure: Attachment, Trauma and Consensual Nonmonogamy, da Jessica Fern Sexuality and gender for mental health professionals, da Christina Richards e da Meg Barker The Anxious Person’s Guide to Non-Monogamy, da Lola Phoenix Rewriting the rules, da Meg Barker The ethical slut, da Janet Hardy Understanding non monogamies, da Meg Barker e do Darren Langbridge Comments are closed.
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Sofia B. SousaPsicóloga Clínica Arquivos
May 2023
Este blog tem objetivos educativos e informativos.
E não deve ser considerado como forma de terapia e acompanhamento psicológico. |